Galera, hoje trazemos uma entrevista exclusiva com a maquina de criar jogos chamada Tiago Alves!
Pra quem não associou o nome a pessoa, Tiago é o nome por trás de jogos como3 Dados 1 RPG 1 Vida (e seus muitos suplementos), 8 Bit Dungeon (versão nacional), entre muitos, muitos, muitossssssssssssssssssssssssssssssss outros!
Vamos lá então!
1- Tiago, como foi que você conheceu o
mundo dos RPGs, como jogador?
Fala, grande mestre!
Primeiramente
gostaria de agradecer a oportunidade e o espaço que você representando nossa
comunidade do RPG SOLO abriu. Sou muito fã do seu trabalho e não sei se teria
algo a acrescentar na entrevista... ora, ora... Mas vamos lá.
Eu
conheci RPG quando era moleque, lá pelos 12, 13 anos... Joguei Ad&d com meu
primo e uma galerinha que tinha amizade em uma cidade de interior.
Eu
fiquei maravilhado com o jogo e a forma que se joga, ainda mais com aqueles
dadinhos multifacetados (d4,d12, d8...).
Você
bem sabe que para um adolescente nesta idade a imaginação é 10x não, pior 100x
mais apurada do que a nossa de adultos. Então eu vivia mesmo as aventuras do
meu “guerreiro” criado no jogo de forma muito imersiva mesmo o meu primo (o
mestre) não ser também um “mestre experiente e profissional”. Hahaha
Foi
uma farra.
A
partir dai ele me empresou para ler outros de seus livros, que eram o GURPS e
em seguidas edições iniciais do 3d&t. Nunca joguei estes livros naquela
época mas foi este contato e porta de entrada para este mundo maravilhoso e
fantástico do RPG.
2- Em que momento você se sentiu
motivado a criar os seus próprios jogos?
Eu
já criava jogos de tabuleiro quando mais novo. Eram jogos simples de trilha, em
que você avança as “casinhas” e tinha que chegar na “chegada” para vencer. Com
o conhecimento de algumas regras de RPG bolei um jogo, ainda de trilha, mas com
elementos de RPG, como tipo de itens e sistema simples de combate.
Por
exemplo: caí na casa de” !” puxa uma cartinha que tem item, cai na casinha com
um bonequinho com cara de mal era para vence-lo num combate.
UM
JOGO DE CERTA FORMA SIMPLES, DE 2 A 6 JOGADORES QUE... NIGUEM JOGAVA.
hahaha #xatiado
O
tempo foi passando, cresci, com grande poderes vem grandes responsabilidades
(como contas à pagar). E deixei de lado um pouco o hobby de criação.
Recentemente,
um pouco antes de conhecer a comunidade Solo RPG havia criado outro jogo também
de trilha, com elementos de RPG, cartas e etc e desta vez minha namorada
(atualmente noiva) jogava comigo e me dava um puta...digo, mega incentivo. Mas
mesmo assim não jogávamos sempre.
Agora...
Minha maior motivação e esse tal “buuum” que aconteceu de criar muitos jogos é
a forma que conheci o RPG SOLO de outra forma além de livros-jogos.
Deu
pra perceber que a maioria dos meus jogos são reinvenções de algo já criado?
Até
os famosos jogos de trilha eu gostava de inventar moda e colocar elementos
nele, o “3 dice dungeons” que conheci através do seu canal, o 3 dados 1 vida 1
RPG é filho evoluído dele e por ai vai.
3- Você já criou muita coisa...poderia
falar um pouquinho sobre as suas criações favoritas?
Ah
sem duvida é o 3 dados 1 vida 1 RPG e todos os seus suplementos e adaptações de
gêneros.
Apesar
de ser desenvolvido a partir de algo já existente (3 dice dungeons e 8 Bit dungeons
+ impetus), como disse antes, algo reinventado.
Não
sei se é copia e talvez seja ate presunção da minha parte dizer que “eu o
criei” (fico na duvida até hoje de falar se foi eu mesmo quem o criou).
Mas
o fato é: o 3 Dados 1 Vida 1 RPG é o meu favorito por conta da sua mecânica
adaptável, simplicidade de criar personagens (amo isso) e até campanhas
instantâneas de aventuras.
Afinal,
a proposta dele é: “com apenas 3 dados você simula 1 vida e ainda joga RPG.”
4- Está trabalhando em algum projeto
novo ou suplemento para seus jogos?
Nossa,
sim!
Muitos!
Minha
mente borbulha para milhares de ideias. Como eu não posso produzir tudo em
grande escala ao mesmo tempo, anoto os insights, vou arquivando e produzindo o
que mais eu estou pilhado no momento.
E
o que temos na linha de produção?!
“Puxa
a cadeira, senta no chão e se liga no
mistério:”
-
8 bit Dungeons – Bordelands
-
3 dados 1 vida 1 RPG – Desventuras de uma vida pacata
-
3 dados 1 vida 1 RPG – Entre heróis e espiões
-
3 dados 1 vida 1 RPG – Suplemento definitivo
-
Eu contra o mundo (uma pegada meio que mad max mundo aberto com a possibilidade
de criar itens)
-
MOBA RPG – um jogo solo de tabuleiro baseado nos famosos jogos do LOL, DOTA e
Heroes of Storm)
5- Falando de outros criadores, quais te
inspiram em suas criações?
Adoro
os jogos da galera da Jambô editora. Eu não sei de todos os nomes para dar os
devidos créditos... Mas curto muito a galera da Jambô. Tanto é que meus RPG
favoritos foram comprados deles: Star Wars Fronteira do império, Dragon Age e
3d&t Alpha.
Adoro
também o trabalho do meu xará: Tiago Junges da Coisinha Verde. Ele tem uma
proposta muito boa e uma mega experiência fod...legal. Aprendo muito com ele.
E
um tal de Tarsicio lucas que é professor de inglês, espanhol, música e jogador
de RPG a mais de 21 anos. “Esse cara é fera! O loco! Tanto no profissional
quanto no pessoal!” Ele me abriu todo o leque de possibilidades, não só solo,
mas como a sistemas “diferentões”.
6- Que RPGs você mais gosta de jogar?
Como
citado a cima:
Star Wars, Dragon Age e 3d&t.
E
atualmente tenho um grupo de RPG nas sextas e domingos (quando dá) o conhecido
internamente como “RPG dos enrolados”. No qual meus melhores amigos e minha
amada noiva jogamos D&D 3.5 no universo de Tormenta (sexta). E domingão,
quando dá, minha amada noiva Paula mestra o star wars.
(Fato
interessante: ela manja tudo de star wars, tema até de seu TCC).
7- Além de criar jogos, quais são seus
outros interesses, pessoal e profissionalmente falando?
Bom,
profissionalmente sou analista de marketing e designer. Possuo uma empresa
chamada On Designer onde presto serviços de arte e marketing.
Gosto
de jogar vídeo games, RPG e também sou professor, tenho um projeto muito legal
com os jovens da minha igreja.
Gosto
de desenhar historia em quadrinhos e tirinhas (ao menos tento). Falando em
quadrinhos, curto os da Marvel e filmes e essas paradas da cultura geek.
8- Você tem planos de lançar seus jogos
por alguma editora oficialmente, ou através de financiamento coletivo, ou algo
do tipo?
Sim
claro!
Adoraria!
Só
tem um porém NÃO TENHO A MENOR IDEIA como se faz isso.
Então
estou aberto a ideias e sugestões para me ajudarem nisso. Porque realmente
gostaria de trazer ao grande publico meus jogos, talvez nem os jogos, mas os
mundos e universos que gosto de criar.
Porque
aí sim, seriam algo revisado, bonito desenhos originais criados por mim e
claro: sem “assassinatos da língua portuguesa!” hahahah
9- Sei que você já contou isso no seu
site, mas poderia nos contar aqui como foi seu contato com o RPG solo?
Bom,
num belo dia... “o sol brilhava, os pássaros cantavam, as flores desabrocharam
nos campos verdejantes e a brisa no meu rosto me fazia pensar em poesia”...
daí, não pera! Deixa eu focar aqui!
Como
disse na entrevista, tenho um grupo de RPG, ultimamente estamos conseguindo
manter a rotina e estamos jogando regularmente (morram de inveja! Buahahah!).
No entanto, na época não era assim.
E
pior, eu tinha já pilhas e pilhas de livros de rpg que nunca havia jogado por
falta de jogadores. E estes livros, muitos deles foram comprados na época que
estava finalizando este hiato de anos sem jogar RPG (Citado no site).
Quando
pesquisei na internet só achava que RPG SOLO eram os livros-jogos. Eu adoro
livros-jogos mas não queria isso. Vi seus vídeos no youtube, passava direto
porque ao ler os títulos achava que eram a mesma proposta. Confesso que nem era
bem RPG solo que pesquisava, eram outras coisas... Não lembro.
Até
que bati o olho em 2 títulos de seus vídeos em específico: “Gameplay de como
Jogar RPG sozinho” e “encarando uma
dungeon sozinho”. Pensei: “ah para! Sério! Que coisa de LOSER! HAHAH duvido RPG
é pra ser cooperativo e tal... a menos que seja livro jogo!”
Mano, quando vi minha mente fez um “bum” explodiu e
fiquei de cara, dai fui vendo os demais vídeos, tabelas top 10 jogos solos e
pensei: “mano que loucura! Vou tentar isso!”
E estou nessa “loucura até hoje”.
10- Aqui o espaço é seu, para falar o que
quiser! Faça seu jabá, de suas ultimas palavras, sugestões, criticas... Seja
livre, cara!
Bom,
obrigado mais uma vez pelo espaço.
Além
de deixar meu jabá gostaria de também deixar uma experiência de como foi meu
primeiro jogo solo. Como me senti jogando e como me senti depois que a primeira
aventura terminou. Ele quebrou muitos
paradigmas que eu tinha e com certeza muitos jogadores têm! É um pouco longo,
desculpe o textão.
Tiago
Alves – Criador de jogos – Analista de Marketing - Designer
Então...
Não vou falar das mecânicas, mas da experiência em si.
Primeira
vez que joguei solo apliquei as técnicas vistas nos vídeos do Tarcício Lucas:
“Como montar seu próprio rpg solo. Faça você mesmo!” – “O Templo de agamoto 1 e
2” – “encarando uma dungeon sozinho”
Montei
uma tabela de aventuras, outra de inimigos, armadilhas, cenários, descrições,
etc. Fiz um mapinha quadriculado, tudo muito bonitinho. Peguei meu livro de
3d&t Alpha (nunca usado), vários d6 e bora lá.
Confesso
que nas primeiras rolagens achei meio estranho. E conforme fui improvisando a
trama embasadas nas rolagens e depois alternando como jogador achei meio paia.
Nossa que triste. Coisa de Loser!
Realmente
esquisito inventar e ao mesmo tempo jogar, já meio que sabendo das
possibilidades.
Mas
fui até o final. Na época não sabia como iria criar as “dungeons”, ou seja,
como criar salas e tal e então não injeçado nos vídeos, fui criando “minhas
regras” o que ficaria melhor para mim e melhor para minha imersão (esse é o
grande segredo do RPG SOLO).
Depois
que acabou a minha primeira aventura. Parei, olhei tudo que havia feito, revi
os mapinhas e onde os personagens exploraram e comecei a relembrar cada evento
dos personagens. Igual quando se termina de jogar uma sessão de RPG
convencional com vários amigos, você pode por exemplo, parar e relembrar cada
feito dos seus personagens, o que aconteceu na aventura e como os desafios
foram superados, etc.
Cara!
Foi a mesma coisa! A única diferença era que não haviam mais jogadores, somente
eu... MAS a historia aconteceu!
Dai
nas próximas aventuras, cismei de escrever tudo que meus personagens haviam
feito, como se fosse uma historinha mesmo. Sendo que cada missão sorteada era o
título do capitulo, por exemplo.
E
eis que vos digo: fiquei maravilhado de como a historia se desenvolveu, como
meus personagens reagiram. Teve coisas que fui lapidando e concertando e
arrumando contextos na historia que encerrava e fazia ainda mais sentido quando
eu escrevia. Dai quando menos esperava esta com uma aventura épica pronta! Uma experiência
de jogo do caral... Legal pra dedel! E foi indo e tá sendo até hoje.
Atualmente
estou escrevendo uma crônica de uma campanha solo de 3d&t no cenário de
Tormenta. Faltam 2 aventuras para terminar. E agora estou criando uma de Harry
Potter da mesma forma e sistema. Todos com o meu” maravilindo” oráculo
(disponível no arquivo do grupo).
No
mais é isso.
Mais
uma vez, grande mestre Tarcisio Lucas, muito obrigado pelo espaço.
Não
sei se fui interessante, mas creio que talvez esta pequena experienciazinha
possa servir pra muita gente se identificar e quebrar vários paradigmas de rpg
solo sendo jogado desta forma.
Vlw!
Um grande abraço a todos os “players” que acompanham o blog. Muito obrigado por
jogarem meus jogos, darem feedbacks. Serio, meus jogos criados anteriormente
nunca foram tão jogados quanto agora e ainda mais com o apoio desta comunidade
maravilhosa do Solo RPG me incentiva a criar mais e mais jogos pra gente!
Um
abraço pra minha mesa de RPG dos Enrolados que está funcionando regularmente e por
fim, minha amada noiva Paula Rodrigues que me apoia em TUDO e até já jogou
comigo vários jogos Solos (que viraram DUO).
Muito obrigado MESMO,
Tiago!