Galera, tudo joia?
Hoje venho aqui apresentar um conceito que se
desenvolve muito dentro do RPG solo, e que tenho certeza muitos de nossos membros realizam, ainda que poucas pessoas conheçam por esse nome; falo,
logicamente, do conceito de “Slowplay”.
“Mas, Tarcisio...o que diabos é o “Slowplay”?
“Slowplay”, também conhecido como “Quiet Roleplaying”
é quando o foco de uma cena, parte de uma aventura ou mesmo campanhas inteiras
passam a se concentrar mais em ambientes, descrições de lugares, histórias
simples contadas entre PCs e NPCs, “passeios” pela cidade, contemplação de
lugares, florestas, estradas, cidades...deixa-se de lado o ritmo vertiginoso
que geralmente se vê nos RPGs, e passa-se a “aproveitar” a viagem, as
paisagens, as vistas...um exemplo de slowplay seria uma sessão inteira com os personagens em volta de uma fogueira, apenas contando histórias.
Ao meu ver, é bemmmm difícil fazer isso com um grupo –
à menos que sejam jogadores experientes e maduros. Do contrário, creio que a
maioria, julgando pela minha experiência como mestre nos últimos 20 anos, não
tem muita paciência para vagar pelas ruas de uma cidade com seus personagens em
uma tarde ensolarada, apreciando o brilho do sol nas torres de Marfim e as
historias do povo nas ruas. Ou o personagem subir uma colina e apreciar
atentamente a vista que se afigura embaixo.
Tudo isso é Slowplay!
Pequenas missões também se enquadram no slowplay.
Invés de ir ao covil do Dragão, os personagens podem aproveitar o jantar
oferecido pelo lorde da cidade, que os convidou após ouvir as historias sobre
eles. Ou uma visita a uma taverna comum, dessas que recebem apenas pessoas
comum, camponeses, e não heróis e aventureiros.
Tudo slowplay!
Nada contra as aventuras aceleradas, os dungeon crawls
– que é meu estilo de jogo favorito!
Mas dentro do RPG solo temos essa enorme liberdade de
explorar cada canto de um cenário, cada vista, cada paisagem, de uma forma que,
em 95% dos grupos, seria impossível (aceito contestações dessas estatísticas!)
O poder do Oráculo!
No “slowplay”, o oraculo – a ferramenta analógica que
usamos para responder perguntas, especialmente as de “sim” e “não”- vira um
instrumento poderosíssimo!
No Slowplay não precisams ter medo de realizar muitas
perguntas; na verdade, nesse tipo de proposta, quanto mais perguntas você
fizer, mais detalhes e coloridos sua aventura e seu cenário terá. É possível rolar
cenas inteiras inclusive sem nenhum personagem ativo, se concentrando apenas em
elementos de cenário e de narrativa.
Exemplos de perguntas:
“Há torres no centro dessa vila?”
“São torres de marfim?”
“As pessoas parecem perceber a beleza das torres?”
“Existe um jardim próximo?”
“Existem artistas de rua por ali?”
“O chão está molhado de orvalho da noite?”
“Se escuta musica pelo ar?”
“Há crianças brincando?”
E a lista é infinita. Cada resposta pode ser
desenvolvida, ampliada pela interpretação, lógica e contexto.
O slowplay pode ser apenas um breve momento dentro de
uma campanha épica. Logo tudo pode voltar ao ritmo normal.
Ou pode ser assim a campanha toda, criando um mundo
absurdamente rico em detalhes, onde cada um deles parece transpirar uma
história.
Acredito que o conceito de slowplay seja um
desdobramento do conceito de Sideplay, que já tratei em um dos meus vídeos no
youtube.
Enfim, são opções!
Espero ter ajudado de alguma forma!
Esse texto e essa reflexão foi fortemente influenciado
pelo artigo “Quiet Roleplaying”, do site Trollish Delver, do Scott Malthouse,
criador do QUILL e meu game designer favorito.
Segue link para esse artigo:Artigo do Trolish Delver
Interessante. Dá vontade de explorar mais o assunto, vou procurar a matéria sobre quiet roleplaying e o vídeo sobre sideplay!
ResponderExcluirMuito Bom! quero fazer meus jogadores criarem o cenário dessa forma isso é um nível muito interessante de criação.
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