sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Movin'On: Entrevista com Diego Azevedo, sobre o financiamento coletivo desse projeto fantástico!

Bom, galera, minha proposta nessa sessão é divulgar projetos de artistas e estúdios independentes que eu gosto e apoio. Após falar um pouco com o Rafael Beltrame sobre o Necrórium, agora apresento o "Movin'On", um jogo de terror pra lá de bacana, que está em fase de financiamento coletivo. Trata-se de um jogo do estúdio Historiart, um coletivo que vem levando a cena indie muito a sério e nos brindando com ótimas novidades. Para falar um pouquinho sobre o projeto, trago o grande Diego Barreto Azevedo, uma das mentes insanas por trás desse projeto fodástico.
Eu já apoiei!
Quer apoiar tb? Eis aqui o link para o projeto no Catarse. Ainda dá tempo!




Olá, Diego! Primeiramente gostaria de dizer que é um prazer enorme conversar um pouquinho sobre o Movin’on! Tenho acompanhado tudo sobre o projeto, e não vejo a hora de ter ele rolando nas minhas mesas!

1) Primeiramente, como você apresentaria o projeto para quem ainda não ouviu falar dele?
Olá pessoal, eu que agradeço pela entrevista e pelo espaço de divulgação. É sempre bom parceiros que nos ajudem a bater nossas metas! ;)
Então, para os que ainda não conhecem este projeto, vamos lá:
Você gosta de filmes de terror? E de ouvir histórias horripilantes em uma conversa noturna com amigas e amigos? Movin'On pode te aproximar de ambas as experiências. Trata-se de um jogo narrativo de terror com base no subgênero narrativo de Slasher, na base do Sexta-Feira 13, A Hora do Pesadelo e Pânico. Trata-se de um jogo narrativo em que você e seu grupo serão empurrados para dentro de um filme de terror enquanto jogam para ver o que acontece. Tudo isso sem complicação para iniciantes pois tudo que você precisa para jogar Movin'On é nosso livro de regras e um baralho de cartas.

2) Quais foram as principais inspirações, falando de RPGs, para a criação do Movin’ On? E de outras mídias?

Nós temos inspirações de peso influenciando a criação do Movin'On: Apocalypse Engine (Apocalypse World, Dungeon World, etc.), L'Aventure (Deloyal e Arquivos Paranormais) e Adventure Cards (Aventuras Ancestrais). Estes três jogos fizeram parte da concepção de algumas das mecânicas do projeto e propiciam um sistema limpo, coeso e com princípios de narrativa compartilhada e jogar para ver o que acontece. No entanto, eu preciso dizer que meu processo criativo sempre começa pelo tema e nesse sentido nossa maior influência foi Pânico, justamente por se tratar de uma sátira que escracha os clichês e tropos narrativos presentes em filmes do gênero. Reassistir a série foi uma experiência divertida e de estudo para a produção de Movin'On.

3) O jogo mudou muito ao longo do tempo, desde seu conceito inicial até o financiamento de fato, ou em linhas gerais foi um daqueles casos de “já nasceu pronto”?

Eu diria que um pouco dos dois. O jogo foi um daqueles casos que a ideia vem e fica pronta no mesmo dia. Lembro de joga-lo na mesa para um teste em menos de uma semana desde sua concepção inicial e foi fantástico. O problema? A experiência narrativa variava muito a cada teste e se você propõe uma certa experiência, você não pode esperar que a mesa mergulhe de cabeça no cenário e faça a coisa acontecer, você precisa de mecânicas sólidas e consolidadas que propiciem tal experiência, independente do grupo de jogo. E foi aí que começou um trabalho de lapidação, aperfeiçoamento de mecânicas e implementação de novas para alcançar uma menor variação da experiência dentro da proposta que o livro propõe. A base da versão "alpha" está lá no primeiro video da Casa Velha RPG, já a versão final com suas visíveis mudanças está disponível na Câmara Obscura RPG.

4) De que forma você acredita que a comunidade RPGística no Brasil poderia contribuir mais para o crescimento da cena nacional?
Duas palavras: Consumindo e divulgando. Movin'On é um entre muitos bons trabalhos brasileiros buscando espaço, no entanto, infelizmente, ainda é mais fácil conseguir seu espaço fora do Brasil. Nossos jogos independentes são acessíveis (Movin'On está em financiamento por 30 reais em até 6x no cartão para sua versão física), mas precisam de divulgação. Joguem jogos brasileiros, mas, mais que isso, compartilhem aquela experiência que você teve com ele para o mundo (seja com vizinhos, seja com um post nas redes ou mesmo buscando conversar com pessoas que também jogaram).


5) Lá fora, especialmente nos Estados Unidos, vemos projetos de financiamento coletivo tomando proporções enormes. Aqui no Brasil, ainda que de forma gradativa, eu tenho notado um aumento no apoio e suporte a esse tipo de ação. Você também partilha dessa visão de que o mercado de criação independente nacional tende a crescer cada vez mais no futuro?

Nesse ponto eu estou como autor e consumidor e não posso opinar tanto assim com propriedade. Eu vejo sim um mercado movimentado, mas ainda temos muitos projetos de financiamento de traduções dos jogos de fora. Os jogos brasileiros, no geral, ainda precisam se esforçar muito pra conseguir seu lugar. Eu vejo um espaço fora dos financiamentos (RBX e AVEC Editora fazendo pré-vendas de jogos nacionais), mas para Financiamentos Coletivos eu ainda espero uma movimentação como da comunidade de BoardGames, sempre comentando e discutindo novos FCs. Particularmente eu gostaria de ver mais iniciativas como a do Studio Teia de Jogos (com Testland) e eu espero que a volta do Dungeons&Dragons para o Brasil traga novos consumidores de RPG no geral. Mesmo com essa visão um tanto neutra (ou confusa rs) eu já estou satisfeito com onde conseguimos chegar (até o momento, 21/12/2018) na campanha do Movin'On. 56 pessoas apoiaram até o momento que eu escrevo e isso é muito para um autor independente. Se pararmos pra pensar, superamos em números, até mesmo alguns financiamentos de editoras e continuámos subindo para bater nossas metas.

6) Existe planos para suplementos para o Movin’On?
Não só existem como estão nas metas-extras e nas próprias recompensas! Contamos com apoio da Fábrica Editora, Jonatha Olivera, Mundos Colidem, Studio Teia de Jogos, Not a Giraffe Studio e Câmara Obscura só nas metas extras. Dentre elas eu posso garantir que temos desde hacks do jogo com novas mecânicas, complementos com mais material dentro da estrutura base e até mesmo uma variante para jogo-solo! Estas parcerias estão de arrepiar! hehehe
Sem esquecer das recompensas de nossos parceiros, cada uma com um material especial com base na temática de suas mídias. Eu diria que existem planos pra muito conteúdo extra sair JUNTO com o jogo base.
7) Quais os planos do coletivo para o ano que vem? Poderia adiantar alguma coisa (estamos ansiosos, cara!)?
Muitas variáveis e possibilidades para confirmar algo, mas eu posso dizer que estou ansioso para ver o sertão virar mar, o mar virar sertão e heroínas levarem a revolução, para ver caçadoras ancestrais enfrentando espíritos antigos e criaturas tecnológicas em outros continentes e, quem sabe, para ver magos e cavaleiros históricos enfrentando demônios e dragões. Nada confirmado, apenas projetos em andamento a passos lentos e conversas iniciais acontecendo. Querem saber mais e ficar por dentro disso tudo?

Acompanhem nosso trabalho.
Acompanhem o Historiart em nossas redes sociais (link para grupo no face e página no face) e principalmente, nos acompanhem em nosso blog https://historiartstudio.wordpress.com/!
e aqui o facebook dos caras: Grupo Historiart

Bom, Diego, deixo aqui um espaço para você falar o que quiser, sinta-se livre para deixar uma mensagem aos nossos leitores!

Joguem RPG, experimentem RPGs nacionais, mas mais que isso, compartilhem suas experiências com o mundo! Comprem, joguem e divulguem, conversem com os autores e autoras, busquem trabalhos independentes, opinem e criem conteúdo. Vamos movimentar essa comunidade brasileira e vamos trazer novas pessoas para nossa comunidade pois tem muita coisa boa por aí! Bons jogos, boas rolagens e boas puxadas de cartas! ;)





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