terça-feira, 3 de setembro de 2019

Entrevista com Dinho Reis, autor do LIGEIA RPG

Galera, há muito tempo que um livro de RPG não me impressionava tanto quanto o LIGEIA RPG, do Dinho Reis, lançado oficialmente em versão digital no último dia 1 de setembro (de 2019, caso você esteja lendo isso em algum outro ano).
Trata-se de um livro maravilhoso, e pra falar sobre ele, ninguém melhor que o próprio autor!




Olá, Dinho, tudo bem contigo?
Tudo ótimo Tarcísio!
Segue as perguntas para nossa entrevista. Responda da forma que achar melhor, sejam respostas gigantescas até respostas monossilábicas! Eu valorizo as duas abordagens!

1-      Conte um pouco para a gente como foi que surgiu a ideia inicial do Ligeia! Inspirações, o nome...

A ideia inicial surgiu jogando mesmo. Meus amigos e eu só queríamos um cenário no qual a gente tivesse propriedade total do cenário narrado, dos nomes, histórias e lugares. Foi então que começamos com Othera, a maior cidade do nosso cenário. Em volta dela, fomos criando todo o cenário. A lore foi se aprofundando conforme a gente lia sobre todo o tipo de mitologia. Com o tempo, eu continuei sem eles, devido à vida corrida, e decidi que iria unir todo o material e criar um livro de cenário. Eu fui atrás de amigos de longa data para relembrarmos das histórias que havíamos jogado. Documentei tudo o que consegui, mudei os nomes das divindades (usávamos o que vinha nos RPGs que jogávamos), tratei a cosmogonia. Encaixei as palavras arcanas de magia e estava pronto o cenário. No entanto, ainda faltava o primordial, um nome. Eu tinha que colocar um nome que fosse diferente e que representasse algo do cenário, mas era difícil, era um cenário genérico e sem nada que o tornasse diferente dos outros. Antes disso, na criação do cenário, eu pensei em como surgiram os continentes, as mulheres pássaros que cantaram para adormecer seis titãs de pedra, cujos corpos dormentes criaram os seis continentes. Cada um dos continentes recebeu o nome de uma daquelas mulheres pássaro. Essas mulheres foram inspiradas na mitologia grega, as Sirenes. O meu continente favorito era onde ocorreram as histórias mais fantásticas. Foi ali que eu decidi o nome, Ligeia, a Sirene cujo nome significa “Doce Melodia”.

2-      Quais RPGs você considera ter influenciado as mecânicas do Ligeia?

No princípio, eu bebia bastante do D&D (dá pra perceber pelas raças e vocações, né? rs). Mas depois, fui me apaixonando por outros jogos maravilhosos. Aí segue Warhammer 40k, Reinos de Ferro, Lenda dos 5 Anéis e Pathfinder como as demais influências.

3-      Agora vamos falar da arte do livro. Meu Deus, que coisa linda! O Ligeia possui uma identidade visual muito própria e muito consistente. Na verdade, poucos livros de RPG no mundo, ouso dizer, são tão “personalizados”. Como foi a concepção da arte? Quem foram os responsáveis? Como elas foram feitas (que técnicas utilizadas)? Conte tudo, cara, eu preciso MUITO saber!

Hahaha! Cara, então, no começo, era o Leandro Manara quem fazia as artes. Essas em pintura digital que estão em alguns cabeçalhos de início de sessão. Inclusive, ele seria quem iria desenhar o livro inteiro! Só que ele ficou sem PC por um tempo, o que acabaria por atrasar mais ainda todo o processo. Então fui recorrer a Juliana Hirose, que fez a arte do bardo e do bárbaro no topo da página da sessão de Vocações. Daí seria tudo com ela, mas o tempo que levaria seria enorme, pois são artes extremamente trabalhadas. Então lá fui eu, com meu aprendizado em desenhos feitos em vetor no Adobe Experience Design (um programa para se desenhar sites e janelas de aplicativo). Cheguei a desenhar mais de setenta desenhos e os melhores foram para o livro. No início era para remediar a situação, mas agora eu já estou investindo em desenho digital e inclusive estou aprendendo a tatuar hahaha.

4-      Devido a qualidade do livro, eu fiquei sonhando com uma versão física dele. Será possível? Como e quando poderemos ter essa preciosidade em mãos?

Nesse mês ainda vamos iniciar uma campanha de financiamento coletivo pelo Catarse, para a aquisição do livro físico. Por hora, estou orçando tudo, até mesmo para as metas extras.


5-      Dinho, você produziu outros conteúdos para RPG além do Ligeia? Se sim, quais? Se não, existem planos?
Ainda não, mas já tenho dois nomes para te adiantar Arca  e Akeldama, ambos usam o sistema K2, o mesmo sistema do Ligeia. A temática, eu só posso revelar mais a frente, mas esperem coisas bem diferentes, como distopias e cenários pós apocalípticos.


6-      Ligeia terá suplementos? Quais estão programados?

Além do Bestiário e do Guia de Campanha, vamos ter um Guia do Narrador, um Compêndio de Magias e expansões com opções para o jogador. O primeiro deles será o Livro dos Aventureiros Selvagens, que vai expandir o Bárbaro e o Druida e vai trazer coisas novas como a vocação do Xamã, a herança Feral e a raça Sélvio.


7-      Além do próprio Ligeia, quais seus RPGs favoritos?

Atualmente o Pathfinder 2nd, o Shadow of the Demon Lord, o Pesadelos Terríveis e o Playtest do Tormenta20.


8-      Cara, agora o espaço é seu! Fale o que quiser, agradeça quem te ajudou nesse projeto, faça jabá, diga onde podemos entrar em contato contigo ou recite poesia!O espaço é seu para o que você quiser!

Primeiramente eu gostaria de agradecer a você, Tarcísio, pela oportunidade. Gostaria de agradecer também a todos que acreditaram nessas minhas ideias insanas. De verdade mesmo, muito obrigado!

Quem quiser apoiar o Ligeia e receber material de playtest exclusivo, pode acessar http://catarse.me/ligeiarpg/
Para entrar em contato pode ser através do facebook:
ou através do email:

Uma poesia:
“A felicidade é uma palavra
que já não se pronuncia corretamente há eras
Corações presos em gaiolas
Pássaros assim nunca irão cantar”

Abraços e muito obrigado!

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