quinta-feira, 4 de abril de 2019

Entrevista com o desenhista/quadrinista Alex Genaro

Bom, galera, como sempre falo, entre as paixões da minha vida, logo ali no topo, estão as histórias em quadrinhos, principalmente a parte gráfica/visual das mesmas.

É com grande alegria que apresento essa entrevista com o artista Alex Genaro, que não é apenas um dos meus desenhistas favoritos, como também esteve por trás da equipe criativa dos meus 2 jogos de RPG nacionais favoritos de todos os tempos, o "Maytreia" e o "Rebelião: Ascensão e Queda" (com seus sistemas originais...mas também curto muito a versão Daemon!).

Um verdadeiro guerreiro que está há mais de 20 anos batalhando dentro do mercado de hqs nacional.
É com enorme prazer então que apresento essa entrevista, espero muito que curtam.

Minha admiração pelo cara, que já era enorme, ficou ainda maior!







Olá, Alex. Primeiramente gostaria de dizer que fico muito feliz que você tenha essa disponibilidade de responder minhas questões! 

Aqui estão as perguntas:

1)         Como foi que começou o seu envolvimento com o mundo dos Quadrinhos? E há quanto tempo você está envolvido com esse universo?

Em primeiro agradeço a oportunidade, precisamos cada vez mais de veículos que divulguem a produção cultural de seus estados, esse trabalho é tão importante quanto o nosso, parabéns pela iniciativa.
Eu desenho desde pequeno e leio quadrinhos desde muito cedo, fui praticamente alfabetizado com eles. Depois de conhecer alguns quadrinhos de super-heróis (Super-Homem e Homem-Aranha pra ser mais específico.) comecei a ter mais interesse pelo desenho de quadrinhos, mas foi com a Espada Selvagem de Conan e suas ilustrações que tive vontade de investir a fazer hqs.  Já se vão aí uns 40 anos, mas profissionalmente estou batalhando no mercado a uns 20 anos.


2)         Essa segunda questão acredito ser diretamente ligada à primeira...quais quadrinhos te despertaram o desejo de também criar esse tipo de arte?

Como eu disse a cima, as histórias do Conan chamaram mais a minha atenção de início, sempre gostei  de histórias de terror e aventura, uma que também influencio muito na escolha de fazer quadrinho foi a Calafrio, foi nela que descobri que era possível fazer esse tipo de trabalho no Brasil.



3)         Analisando suas próprias criações, quem você diria que são suas inspirações e influências?

John Buscema, Jordi Bernet, Mozart Couto foram os caras me fisgaram no começo, mas depois disso vi muita coisa e hoje tem vários, seria difícil listar, gosto bastante do Erik Larsen e do Mark Silvestri (eu meio que comecei a estudar quadrinhos nos anos 90) mas tem muita gente boa hoje em dia, o Danilo Beyruth, Ivan Reis e o Roger Cruz são bons exemplos.


4)         Você estudou formalmente em escolas de arte sequencial, fez cursos? Pergunto isso por que acompanho o mundo dos quadrinhos e sei que as formações são as mais variadas possíveis, indo desde o mais formal ao mais autodidata possível...

Eu estudei desenho e ilustração em cursos (Senac e SBBA) não tinham muitos cursos de quadrinhos nos anos 90, acabei fazendo um no Largo do Machado com um cara chamado Charles Bertho aprendi bastante por lá e fiz grandes amizades também. Mas a parte digital (pintura e editoração) foi sozinho mesmo.



5)         Você poderia fazer um resumo dos seus trabalhos? Podem ser materiais publicados, coletâneas, cursos ministrados, painéis, participação em eventos...quero saber tudo, na verdade!

Bom, além das palestras e oficinas pela Capa Comics, já colaborei com a Ediouro naquelas revistas Coquetel, já publiquei por algumas editoras (Peirópolis, Draco e a Clepsira) e de forma independente eu colaboro com alguns amigos, faço a colorização da HQ “Gladiadores” do Henrique Kifer e já fiz algumas capas também para a HQ “Causos” do Eberton Ferreira. Trabalho também para algumas editoras independentes estrangeiras.


6)         Em quais projetos você está trabalhando atualmente? Poderia nos contar algo sobre eles?

Atualmente eu estou fechando o terceiro álbum da Valkíria e fazendo as cores do “Gladiadores” do Henrique Kifer, nos intervalos eu adianto um pouco do Detrito que ano que vem deve ganhar um álbum. Além da adaptação de um livro.


7)         Como você vê o mercado do quadrinho nacional? Está em crescimento? É promissor? É muito diferente do que era 10, 20 anos atrás?

O mercado de hoje é com certeza melhor do que o de 20 anos atrás, mas ainda temos muito caminho pela frente, acredito que o público de hoje já se permite experimentar coisas novas, e isso pra quem produz material de forma independente é crucial, conquistar o leitor ainda é um “trabalho de formiga” como dizem.


8)        Você tem desejo ou interesse de trabalhar para alguma empresa do exterior, ou sua militância é mesmo pelo quadrinho genuinamente nacional?

Eu gostaria muito de trabalhar só para o mercado interno brasileiro, mas ainda preciso fazer trabalhos para o exterior para colocar o pão na mesa, atualmente é o que está me dando esse sustento. Mas incentivo como posso os amigos produtores e sempre terei o quadrinhos nacional como bandeira.


9)         Eu sei que você também já produziu alguns materiais importantes dentro do RPG – é um dos criadores dos jogos “Maytreia” e “Rebelião: Ascensão e Queda” (que por sinal são meus 2 RPGs nacionais favoritos de todos os tempos, e tenho mesas tanto de um quanto de outro até o presente momento!)...quais as principais diferenças entre contar uma história utilizando a arte sequencial, e contar uma história através do RPG?

O Meu envolvimento com o Maytréia e Rebelião é mais na parte visual, não existe tanta diferença pois estamos lidando com a parte criativa da mesma forma, a diferença é que no Rpg você tem que dar uma ideia inicial para o jogador, é só um “start” para ele poder viajar na história e na criação do jogo. É bacana ver as pessoas criando em cima do que você iniciou.


10)       Aqui o espaço está aberto para você divulgar qualquer contato, site, ponto de encontro, onde as pessoas que lerem essa entrevista possam encontrar seu trabalho e quem sabe trocar uma ideia contigo!

Eu faço atualmente a webcomic “Valkíria” que é publicada no site do Petisco e atuo no coletivo da Capa Comics dando oficinais. Mas também estou pelo Facebook e pelo Instagram fiquem a vontade para fazer contato.


11)       Que conselho você daria para alguém que esteja pensando em começar a produzir quadrinhos em terras tupiniquins?

“Estude para ser engenheiro!” risos

Brincadeiras a parte, acho que o principal é o foco e saber se realmente é isso que você quer fazer, você pode começar como uma atividade paralela e ir caminhando aos poucos, vai ter muita lenha pra queimar, muitos contratempos, enfim... Não é fácil, mas é gratificante ver seu trabalho impresso.


12)       Se você tivesse que escolher apenas 1 de seus trabalhos para apresentar à alguém que não lhe conheça ainda, qual seria?

Acho que Valkíria é o que eu faço mais descompromissado, eu me divirto fazendo, Detrito também tem a mesma vibe, acho que esses dois.


13)       É isso, Alex! Me desculpe se algumas perguntas parecerem amadoras ou mesmo impertinentes (sou formado em música, na verdade!kkkkkk). Mas são feitas com muito carinho, por alguém que há muito tempo vem acompanhando e admirando seu trabalho.

Tranquilo eu é que agradeço, precisamos dessa divulgação e esse trabalho que você faz é essêncial.

Um super abraço!

Um comentário:

  1. Esse cara é fera demais.
    Ótimo trabalho e uma pessoa incrível no trato pessoalmente.
    Vale muito a pena seguir os trabalhos dele.
    Tive a honra de participar de uma obra em conjunto, que foi a Pedra Rara, que ficou incrível.
    Sucesso meu amigo!

    ResponderExcluir

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