É com grande alegria que apresento essa entrevista com o artista Alex Genaro, que não é apenas um dos meus desenhistas favoritos, como também esteve por trás da equipe criativa dos meus 2 jogos de RPG nacionais favoritos de todos os tempos, o "Maytreia" e o "Rebelião: Ascensão e Queda" (com seus sistemas originais...mas também curto muito a versão Daemon!).
Um verdadeiro guerreiro que está há mais de 20 anos batalhando dentro do mercado de hqs nacional.
É com enorme prazer então que apresento essa entrevista, espero muito que curtam.
Minha admiração pelo cara, que já era enorme, ficou ainda maior!
Olá, Alex. Primeiramente gostaria de dizer que fico
muito feliz que você tenha essa disponibilidade de responder minhas questões!
Aqui estão as perguntas:
1) Como foi que começou o seu envolvimento
com o mundo dos Quadrinhos? E há quanto tempo você está envolvido com esse
universo?
Em primeiro agradeço a oportunidade, precisamos cada
vez mais de veículos que divulguem a produção cultural de seus estados, esse
trabalho é tão importante quanto o nosso, parabéns pela iniciativa.
Eu desenho desde pequeno e leio quadrinhos desde muito
cedo, fui praticamente alfabetizado com eles. Depois de conhecer alguns
quadrinhos de super-heróis (Super-Homem e Homem-Aranha pra ser mais
específico.) comecei a ter mais interesse pelo desenho de quadrinhos, mas foi
com a Espada Selvagem de Conan e suas ilustrações que tive vontade de investir
a fazer hqs. Já se vão aí uns 40 anos,
mas profissionalmente estou batalhando no mercado a uns 20 anos.
2) Essa segunda questão acredito ser
diretamente ligada à primeira...quais quadrinhos te despertaram o desejo de também
criar esse tipo de arte?
Como eu disse a cima, as histórias do Conan chamaram
mais a minha atenção de início, sempre gostei
de histórias de terror e aventura, uma que também influencio muito na
escolha de fazer quadrinho foi a Calafrio, foi nela que descobri que era
possível fazer esse tipo de trabalho no Brasil.
3) Analisando suas próprias criações, quem
você diria que são suas inspirações e influências?
John Buscema, Jordi Bernet, Mozart Couto foram os
caras me fisgaram no começo, mas depois disso vi muita coisa e hoje tem vários,
seria difícil listar, gosto bastante do Erik Larsen e do Mark Silvestri (eu
meio que comecei a estudar quadrinhos nos anos 90) mas tem muita gente boa hoje
em dia, o Danilo Beyruth, Ivan Reis e o Roger Cruz são bons exemplos.
4) Você estudou formalmente em escolas de
arte sequencial, fez cursos? Pergunto isso por que acompanho o mundo dos
quadrinhos e sei que as formações são as mais variadas possíveis, indo desde o
mais formal ao mais autodidata possível...
Eu estudei desenho e ilustração em cursos (Senac e
SBBA) não tinham muitos cursos de quadrinhos nos anos 90, acabei fazendo um no
Largo do Machado com um cara chamado Charles Bertho aprendi bastante por lá e
fiz grandes amizades também. Mas a parte digital (pintura e editoração) foi
sozinho mesmo.
5) Você poderia fazer um resumo dos seus
trabalhos? Podem ser materiais publicados, coletâneas, cursos ministrados,
painéis, participação em eventos...quero saber tudo, na verdade!
Bom, além das palestras e oficinas pela Capa Comics,
já colaborei com a Ediouro naquelas revistas Coquetel, já publiquei por algumas
editoras (Peirópolis, Draco e a Clepsira) e de forma independente eu colaboro
com alguns amigos, faço a colorização da HQ “Gladiadores” do Henrique Kifer e
já fiz algumas capas também para a HQ “Causos” do Eberton Ferreira. Trabalho
também para algumas editoras independentes estrangeiras.
6) Em quais projetos você está trabalhando
atualmente? Poderia nos contar algo sobre eles?
Atualmente eu estou fechando o terceiro álbum da
Valkíria e fazendo as cores do “Gladiadores” do Henrique Kifer, nos intervalos
eu adianto um pouco do Detrito que ano que vem deve ganhar um álbum. Além da
adaptação de um livro.
7) Como você vê o mercado do quadrinho
nacional? Está em crescimento? É promissor? É muito diferente do que era 10, 20
anos atrás?
O mercado de hoje é com certeza melhor do que o de 20
anos atrás, mas ainda temos muito caminho pela frente, acredito que o público
de hoje já se permite experimentar coisas novas, e isso pra quem produz
material de forma independente é crucial, conquistar o leitor ainda é um
“trabalho de formiga” como dizem.
8) Você tem desejo ou interesse de
trabalhar para alguma empresa do exterior, ou sua militância é mesmo pelo
quadrinho genuinamente nacional?
Eu gostaria muito de trabalhar só para o mercado
interno brasileiro, mas ainda preciso fazer trabalhos para o exterior para
colocar o pão na mesa, atualmente é o que está me dando esse sustento. Mas
incentivo como posso os amigos produtores e sempre terei o quadrinhos nacional
como bandeira.
9) Eu sei que você também já produziu
alguns materiais importantes dentro do RPG – é um dos criadores dos jogos
“Maytreia” e “Rebelião: Ascensão e Queda” (que por sinal são meus 2 RPGs
nacionais favoritos de todos os tempos, e tenho mesas tanto de um quanto de
outro até o presente momento!)...quais as principais diferenças entre contar
uma história utilizando a arte sequencial, e contar uma história através do
RPG?
O Meu envolvimento com o Maytréia e Rebelião é mais na
parte visual, não existe tanta diferença pois estamos lidando com a parte
criativa da mesma forma, a diferença é que no Rpg você tem que dar uma ideia
inicial para o jogador, é só um “start” para ele poder viajar na história e na
criação do jogo. É bacana ver as pessoas criando em cima do que você iniciou.
10) Aqui o espaço está aberto para você
divulgar qualquer contato, site, ponto de encontro, onde as pessoas que lerem
essa entrevista possam encontrar seu trabalho e quem sabe trocar uma ideia
contigo!
Eu faço atualmente a webcomic “Valkíria” que é
publicada no site do Petisco e atuo no coletivo da Capa Comics dando oficinais.
Mas também estou pelo Facebook e pelo Instagram fiquem a vontade para fazer
contato.
11) Que conselho você daria para alguém que
esteja pensando em começar a produzir quadrinhos em terras tupiniquins?
“Estude para ser engenheiro!” risos
Brincadeiras a parte, acho que o principal é o foco e
saber se realmente é isso que você quer fazer, você pode começar como uma
atividade paralela e ir caminhando aos poucos, vai ter muita lenha pra queimar,
muitos contratempos, enfim... Não é fácil, mas é gratificante ver seu trabalho
impresso.
12) Se você tivesse que escolher apenas 1 de
seus trabalhos para apresentar à alguém que não lhe conheça ainda, qual seria?
Acho que Valkíria é o que eu faço mais
descompromissado, eu me divirto fazendo, Detrito também tem a mesma vibe, acho
que esses dois.
13) É isso, Alex! Me desculpe se algumas
perguntas parecerem amadoras ou mesmo impertinentes (sou formado em música, na
verdade!kkkkkk). Mas são feitas com muito carinho, por alguém que há muito
tempo vem acompanhando e admirando seu trabalho.
Tranquilo eu é que agradeço, precisamos dessa
divulgação e esse trabalho que você faz é essêncial.
Um super abraço!
Esse cara é fera demais.
ResponderExcluirÓtimo trabalho e uma pessoa incrível no trato pessoalmente.
Vale muito a pena seguir os trabalhos dele.
Tive a honra de participar de uma obra em conjunto, que foi a Pedra Rara, que ficou incrível.
Sucesso meu amigo!