terça-feira, 3 de novembro de 2020

Entrevista com Eduardo Spohr

Pessoal, é com imensa alegria que apresento hoje uma entrevista exclusivíssima que fiz com o grande autor e jogador de RPG Eduardo Spohr.

Caso você não tenha vivido em nosso mundo nos últimos anos, saiba que Spohr é um autor consagrado, criador da famosa "tetralogia angélica" que se iniciou com o livro A Batalha do Apocalipse, um dos melhores livros de fantasia que já vi. 

Eduardo aceitou gentilmente o meu  convite  para falar sobre seu novo livro, "Santo Guerreiro - Roma Invicta" , e também um pouquinho sobre RPG, um assunto muito querido para o escritor!


Pois bem, sem mais enrolação e sem edições, aqui está!



 

1) Eduardo, primeiramente, gostaria que você nos contasse como está sendo este período de lançamento do seu novo livro “Santo Guerreiro – Roma Invicta”...está sendo muito diferente dos seus lançamentos anteriores, por conta da pandemia?

 

R: Nunca trabalhei tanto em um período de lançamento (ou de pré-lançamento, afinal o livro só será oficialmente laçando no dia 30 de novembro). Felizmente tenho recebido muitos pedidos de entrevistas, lives e convites para podcasts. Fico extremamente emocionado com o carinho com que sou tratado pelos leitores. Em suma: tudo correndo bem.

 

2) Enquanto criador/autor, esse período em que vivemos de isolamento social e afastamento influenciou de alguma forma sua rotina de escrita e pesquisa?

 

R: No meu caso, o período de quarentena pelo qual passamos no começo do ano até ajudou. Com a academia fechada, pude me focar unicamente na produção do livro, e com isso consegui avançar rapidamente. O silêncio da rua também ajudou.

 

3) Com relação a tetralogia angélica, você sempre citava obras que de alguma forma influenciaram aqueles livros – dos filmes da série “Anjos Rebeldes” até “Cavaleiros do Zodíaco”...quais obras ou fontes você citaria como inspiração para o “Santo Guerreiro”?

 

R: Embora se passe em outro período da história romana, a série “Roma”, da HBO, sem dúvida foi uma grande inspiração, além do clássico “Gladiador”, um filmaço que está no meu TOP 10 cinematográfico. No campo literário, os romances históricos me influenciaram demais, especialmente os do Ken Follet e do Bernard Cornwell. Mas foi depois de ler “O Físico”, um romance histórico que nada tem a ver com o Império Romano, que eu decidi escrever algo no mesmo gênero literário.



 

4) Qual RPG o cenário você acredita que possibilitaria jogar uma aventura de alguma forma similar à história contada nesse seu novo livro?

 

R: O cenário histórico do próprio Império Romano possibilita aventuras de RPG incríveis. O livro “Gurps Império Romano” é excelente e dá muitas ideias – recomendo mesmo para quem não joga Gurps. É um ambiente repleto de deuses, grandes cidades, terrenos diversos e inimigos ferozes.

 

5) Da mesma forma que a Batalha do Apocalipse ganhou uma adaptação oficial para o universo dos RPGs, podemos esperar algo assim do “Santo Guerreiro”, ou você acredita que a proposta dessa vez não se encaixaria?

 

R: O Dungeons & Dragons, apesar de ser um RPG de fantasia medieval, pode ser adaptado para se jogar no período romano. Já mestrei algumas aventuras de D&D nesse cenário. Estou na correria do pré-lançamento, mas quando as coisas se acalmarem vou organizar um documento com essa adaptação. É coisa simples, que qualquer mestre pode fazer. De todo modo, eu gostaria de escrever um artigo sobre o assunto e compartilhar. Devo postar em breve no meu site do Medium. 

 

6) Como tem sido sua vida de jogador de RPG nesses tempos pandêmicos em que vivemos?

 

R: Eu tenho jogado menos do que eu gostaria por estar, justamente, envolvido com o processo de pré-lançamento. Mas às vezes tenho conseguido encontrar os amigos para rolar alguns dados. Espero poder retomar uma rotina mais assídua de RPG em breve. 

 

7) Você criou uma base de fãs enorme com seus livros anteriores...sentiu alguma pressão interna, medo ou dificuldade no sentido de fazer com que o novo livro, que foge do universo anterior, fosse do agrado desse seu público regular?

 

R: Os meus leitores, acredito, confiam no meu trabalho e não costumam me pressionar por novos lançamentos — eles sabem, acho, que estou sempre trabalhando para fazer o melhor. De minha parte, sempre escrevo a história que está no meu coração (como costumo dizer). É o único jeito que tenho de produzir uma obra bacana. De todo modo, “Santo Guerreiro: Roma Invicta” tem algumas semelhanças com minhas obras anteriores, que também falavam muito de história, batalhas, guerreiros e misticismo.

 

8) Vamos falar um pouquinho de RPG...qual sistema/cenário que você ainda não jogou e que gostaria de se aventurar?

 

R: Sou fã de Dungeons & Dragons, mas já joguei muita coisa diferente. Gosto muito de conhecer sistemas novos, embora não tenha muita paciência de aprendê-los a fundo. Portanto, sempre estou aberto a novas experiências nessa área.

 

9) Bom, aqui não é bem uma pergunta, mas agora uma confissão de fã: eu sou EXTREMAMENTE fã do sistema de regras original que você escreveu para A Batalha do Apocalipse, junto com o Ximu e o Zarour. Jogo desde que descobri (não me lembro como e onde), e já me rendeu horas e mais horas de diversão junto com um dos meus grupos rotineiros (além de jogar de forma solo para meu canal do youtube). Sei que faz muito tempo, e que o sistema não foi continuado, mas...poderia nos contar um pouquinho como foi escrever aquele conjunto de regras?

 

R: Foi no instinto mesmo rsrsrs. Simplesmente fomos criando e adaptado as regras conforme as nossas necessidades da mesa. Para ser sincero, nem sabia que funcionava tão bem e que tinha gente que curtia. Fiquei muito feliz em saber que aquele conjunto de regras te rendeu boas horas de diversão. Muito legal mesmo escutar isso :-)

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