Pessoal, é com imensa alegria que apresento hoje uma entrevista exclusivíssima que fiz com o grande autor e jogador de RPG Eduardo Spohr.
Caso você não tenha vivido em nosso mundo nos últimos anos, saiba que Spohr é um autor consagrado, criador da famosa "tetralogia angélica" que se iniciou com o livro A Batalha do Apocalipse, um dos melhores livros de fantasia que já vi.
Eduardo aceitou gentilmente o meu convite para falar sobre seu novo livro, "Santo Guerreiro - Roma Invicta" , e também um pouquinho sobre RPG, um assunto muito querido para o escritor!
Pois bem, sem mais enrolação e sem edições, aqui está!
1) Eduardo,
primeiramente, gostaria que você nos contasse como está sendo este período de
lançamento do seu novo livro “Santo Guerreiro – Roma Invicta”...está sendo
muito diferente dos seus lançamentos anteriores, por conta da pandemia?
R: Nunca trabalhei tanto em um período de lançamento (ou de
pré-lançamento, afinal o livro só será oficialmente laçando no dia 30 de
novembro). Felizmente tenho recebido muitos pedidos de entrevistas, lives e
convites para podcasts. Fico extremamente emocionado com o carinho com que sou
tratado pelos leitores. Em suma: tudo correndo bem.
2) Enquanto
criador/autor, esse período em que vivemos de isolamento social e afastamento
influenciou de alguma forma sua rotina de escrita e pesquisa?
R: No meu caso, o período de quarentena pelo qual passamos no
começo do ano até ajudou. Com a academia fechada, pude me focar unicamente na
produção do livro, e com isso consegui avançar rapidamente. O silêncio da rua
também ajudou.
3) Com
relação a tetralogia angélica, você sempre citava obras que de alguma forma
influenciaram aqueles livros – dos filmes da série “Anjos Rebeldes” até
“Cavaleiros do Zodíaco”...quais obras ou fontes você citaria como inspiração
para o “Santo Guerreiro”?
R: Embora se passe em outro período da história romana, a série
“Roma”, da HBO, sem dúvida foi uma grande inspiração, além do clássico
“Gladiador”, um filmaço que está no meu TOP 10 cinematográfico. No campo
literário, os romances históricos me influenciaram demais, especialmente os do
Ken Follet e do Bernard Cornwell. Mas foi depois de ler “O Físico”, um romance
histórico que nada tem a ver com o Império Romano, que eu decidi escrever algo
no mesmo gênero literário.
4) Qual RPG
o cenário você acredita que possibilitaria jogar uma aventura de alguma forma
similar à história contada nesse seu novo livro?
R: O cenário histórico do próprio Império Romano possibilita
aventuras de RPG incríveis. O livro “Gurps Império Romano” é excelente e dá
muitas ideias – recomendo mesmo para quem não joga Gurps. É um ambiente repleto
de deuses, grandes cidades, terrenos diversos e inimigos ferozes.
5) Da mesma
forma que a Batalha do Apocalipse ganhou uma adaptação oficial para o universo
dos RPGs, podemos esperar algo assim do “Santo Guerreiro”, ou você acredita que
a proposta dessa vez não se encaixaria?
R: O Dungeons & Dragons, apesar de ser um RPG de fantasia
medieval, pode ser adaptado para se jogar no período romano. Já mestrei algumas
aventuras de D&D nesse cenário. Estou na correria do pré-lançamento, mas
quando as coisas se acalmarem vou organizar um documento com essa adaptação. É
coisa simples, que qualquer mestre pode fazer. De todo modo, eu gostaria de
escrever um artigo sobre o assunto e compartilhar. Devo postar em breve no meu
site do Medium.
6) Como tem
sido sua vida de jogador de RPG nesses tempos pandêmicos em que vivemos?
R: Eu tenho jogado menos do que eu gostaria por estar, justamente,
envolvido com o processo de pré-lançamento. Mas às vezes tenho conseguido
encontrar os amigos para rolar alguns dados. Espero poder retomar uma rotina
mais assídua de RPG em breve.
7) Você
criou uma base de fãs enorme com seus livros anteriores...sentiu alguma pressão
interna, medo ou dificuldade no sentido de fazer com que o novo livro, que foge
do universo anterior, fosse do agrado desse seu público regular?
R: Os meus leitores, acredito, confiam no meu trabalho e não
costumam me pressionar por novos lançamentos — eles sabem, acho, que estou
sempre trabalhando para fazer o melhor. De minha parte, sempre escrevo a
história que está no meu coração (como costumo dizer). É o único jeito que
tenho de produzir uma obra bacana. De todo modo, “Santo Guerreiro: Roma
Invicta” tem algumas semelhanças com minhas obras anteriores, que também
falavam muito de história, batalhas, guerreiros e misticismo.
8) Vamos
falar um pouquinho de RPG...qual sistema/cenário que você ainda não jogou e que
gostaria de se aventurar?
R: Sou fã de Dungeons & Dragons, mas já joguei muita coisa
diferente. Gosto muito de conhecer sistemas novos, embora não tenha muita
paciência de aprendê-los a fundo. Portanto, sempre estou aberto a novas
experiências nessa área.
9) Bom, aqui
não é bem uma pergunta, mas agora uma confissão de fã: eu sou EXTREMAMENTE fã
do sistema de regras original que você escreveu para A Batalha do Apocalipse,
junto com o Ximu e o Zarour. Jogo desde que descobri (não me lembro como e
onde), e já me rendeu horas e mais horas de diversão junto com um dos meus
grupos rotineiros (além de jogar de forma solo para meu canal do youtube). Sei
que faz muito tempo, e que o sistema não foi continuado, mas...poderia nos
contar um pouquinho como foi escrever aquele conjunto de regras?
R: Foi no instinto mesmo rsrsrs. Simplesmente fomos criando e
adaptado as regras conforme as nossas necessidades da mesa. Para ser sincero,
nem sabia que funcionava tão bem e que tinha gente que curtia. Fiquei muito
feliz em saber que aquele conjunto de regras te rendeu boas horas de diversão.
Muito legal mesmo escutar isso :-)
Fala mestre Tarcísio!
ResponderExcluirEu senti falta de dar uma puxadinha pro RPG Solo, gostaria de saber a visão de um autor do nível do Spohr quanto à ferramenta dos oráculos e do RPG Solo, e também as experiências que ele já teve ou gostaria de ter...
Abraço mestre, boa entrevista