quarta-feira, 30 de maio de 2018

Mythic - A Busca de Jullian Arvoz - Parte 1 - Gameplay

Começa aqui uma série de sessões/ aventuras solo que realizei/realizo/realizarei utilizando meu sistema solo favorito: o Mythic Game Master Emulator!

Serão descrições passo a passo conforme eu for jogando, onde colocarei por escrito as perguntas que fiz ao Sistema, os resultados obtidos, a interpretação dos fatos, as rolagens de dados...minha intenção é que isso sirva como guia ou como forma de esclarecer como funciona o sistema para quem se interessar. 
Infelizmente, o Mythic atualmente só existe em Inglês, e não há nenhuma previsão dele ser traduzido e publicado no Brasil a curto ou médio prazo. Eu tenho um respeito muito grande pelo jogo, e realmente não queria quebrar nenhum direito autoral, então decidi que não traduzirei, à menos que obtenha autorização do autor.
Então, se você curte RPG solo e ainda não fala inglês, quem sabe o Mythic pode ser aquela motivação que faltava! Na verdade, foi ao descobrir o Mythic que eu realmente pensei: "Todas as centenas de horas em que passei estudando Inglês valeram a pena!"


Criação do Personagem: Como comecei?

Eu sempre começo minhas histórias criando os personagens; só depois eu penso no mundo ao redor.
Para decidir qual personagem, eu apenos determino qual o cenário, nesse caso, um cenário medieval fantástico.
Quero ter uma campanha com um único personagem, e logo me vem a mente a imagem de um jovem aprendiz, sedento por conhecimento arcano. Não necessariamente um mago, mas sim alguèm que se interessa mais por ítens mágicos do que por magia pura e simplesmente. Após muitos estudos, ele parte de sua cidade natal e vai percorrer o mundo, sempre em busca de objetos peculiares.

E assim temos o conceito de Jullian Arvoz!


No Mythic original, existe todo um sistema de criação de personagem e resolução de conflitos que foi abandonado depois, nos suplementos seguintes; no entanto, eu gosto muito desse sistema e o utilizarei aqui.
Todo personagem possui 7 atributos. Você pode criar utilizando um sistema de pontuação, ou simplesmente escolhendo qual nível vc quer em cada atributo. Eu usarei esse segundo método.
Meu personagem terá os seguintes atributos:

Strength (Força): Abaixo da Média
Agility (Agilidade):Acima da média
Reflex (Reflexo): Acima da Média
IQ (Inteligência): Excepcional
Intuition (intuição): Alta
Willpower (Força de Vontade): Incrível
Toughness ( Resistência (tradução livre, galera!): Mediana

Como vocês podem ver, os atributos no sistema original do Mythic não são descritos numericamente, mas sim através de "Ranks", comparações que se faz com a média.

Além dos atributos, os personagens de Mythic possuem Abilities (Habilidades), que podem ser em qualquer número, à escolhas do jogador (isso utilizando o Método de  criação mais livre, que fique claro).

Jullian Arvoz possui as Habilidades:

Resposta rápida (raciocinio em momentos de pressão): Alto
Resistência ao frio, fome e sede: Alta

E para concluir, todo personagem possui Forças e Fraquezas, características que ajudam ou atrapalham em momentos bem específicos.

Fraquezas

Fogo: -1RS* em ações que envolvam fogo
Raiva: -1RS*em ações em que Jullian esteja nervoso ou com raiva

Forças

Determinação: +2 RS* em ações que exijam persistência e resiliência

OBS: "RS" quer dizer "RANK SHIFT", bônus ou penalizações nos atributos e habilidades, para mais ou para menos.


E pronto. Imagine um peregrino, misto mago com estudioso, viajando a pé de reino em reino em busca de objetos mágicos. Um jovem ambicioso, inteligente e nem sempre confiável.
Temos aqui nosso Jullian Arvoz!

Mas...e o resto? o Mundo? o enredo?

Bom, o que eu mais amo no Mythic é justamente isso: você pode começar uma aventura com um mínimo de preparação! Todo o resto será construído DURANTE o jogo!

É meio da noite, e ele se aproxima da entrada da grande Cidade-Reino de Imir-Saraph, a Cidade das Torres e dos Ladrões...


Continua!

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Por que jogar RPG sozinho?



Ainda que o RPG solo tenha sido criado em 1975 pelo próprio Gary Gygax, o pai criador do Dungeons and Dragons, apenas 1 ano depois deste ter sido lançado, e lá fora - nos Estados Unidos e na Europa - existirem comunidades voltadas para essa modalidade, aqui no Brasil toda vez que se fala em RPG solo, de maneira geral, se é olhado com desconfiança.
Já perdi a vez de quantas vezes fui chamado de "loser" (perdedor) por dizer que jogo RPG sozinho.
Pensando nisso, resolvi fazer uma lista com uma série de motivos pelo qual alguém pode optar por jogar sozinho. Veja se você se enquadra em algum (ou mais de um):

1 - "Não tenho com quem jogar!"

A verdade é que quanto mais o tempo passa, mais dificil vai ficando para todo mundo poder se encontrar para jogar. É dificil conciliar rotinas e agendas.
E além do mais, fora dos grandes centros e capitais, sempre foi, é e será dificil arrumar jogadores. Dessa forma, o Solo RPG vem como uma alternativa quando seu grupo tomar rumos diferentes, você se mudar de cidade, ou simplesmente não encontrar ninguém para montar seu grupo.

2 - "Não tenho tempo para jogar!"


Esse é um clássico. A vida tem demandas: filhos, família, carreira...fica muito dificil arrumar 2,3, 4 horinhas para jogar. Com o RPG solo, vc pode jogar quando quiser, pelo tempo que tiver disponível; uma sessão solo pode durar pouquissimos minutos...aquela pausa pro almoço, antes de dormir...é muito flexível.

3 - "Quero jogar esse sistema, mas meu grupo só quer jogar medieval!"

Fato é que muitos jogadores ou só jogam um único sistema - leia-se D&D - ou um único tipo de ambientação - leia-se fantasia medieval. 
Agora você, que gosta de zumbis-espaçonaves-faroeste-lovecraft-terror-ficção científica-gatos-esquilos, muitas vezes quer jogar jogos diferentes. O RPG solo te permite jogar o sistema que quiser.

4 - "Quero trabalhar minha criatividade!"


Verdade é que a modalidade solo é aquela que mais demanda criatividade e imaginação. Você está sendo mestre e jogador ao mesmo tempo, e isso exige muita criatividade. O Solo RPG traz uma imersão que nem sempre se consegue em grupo.

5 - "Quero jogar do jeito que eu quero, conduzir a história que eu quero no cenário que eu quero!"


No SOLO RPG, você pode fazer as coisas do seu jeito. Por exemplo, eu sempre gostei de Lovecraft. Mas sempre achei dificil criar um clima legal de suspense e horror jogando em grupo. Sempre tem alguém pra quebrar o clima. 
Sozinho, eu já tive aventuras no universo de Cthullhu incríveis, cheias de paranóia e loucura.

Pois bem, é isso!

E você? Tem algum outro motivo para acrescentar?

terça-feira, 22 de maio de 2018

Como eu conheci o solo RPG

Vou fazer aqui um relato de minha caminhada até chegar ao solo RPG. Acredito que muitos de vocês vão se identificar em alguns pontos.
Conheci o RPG no meio da década de 90, com então 12, talvez 13 anos.
lembro que na mesma semana começou a passar o comercial na TV daquele jogo Hero Quest. Via aquilo e achava o máximo! Poucos dias depois, a TV Cultura - que desde aquela época sempre foi minha emissora favorita - fez uma matéria falando sobre desenhistas que faziam desenhos para fanzines, e lembro que entrevistaram um rapaz que fazia ilustrações para um fanzine de RPG. Ele mostrou aqueles desenhos de magos, dragões, orcs...eu sempre amei desenhar, desenho até hoje em dia,e achei aquilo absurdo! Fiquei louco por causa desse tal de RPG....



Naquele domingo, no Fantástico, passou uma matéria falando desse novo hobby que estava vindo com tudo para o Brasil. 

A matéria do Fantástico mostrou um grupo jogando, eles estavam utilizando tabuleiro, miniaturas, escudo do Mestre...achei aquilo visualmente impressionante.
Morava em uma cidade pequena do interior, Águas da Prata, que até hoje tem apenas 8 mil habitantes. Mesmo assim conversei com meus amigos, e juntos ficamos malucos, tentando entender e jogar aquele negócio.
Na cidade vizinha, São João da Boa Vista, consideravelmente maior, era possivel encontrar o Hero Quest nas lojas de brinquedo. Mas o preço era muito alto, nunca consegui comprar um (recentemente montei meu próprio Hero Quest, que ficou bemmmm bonito...mas isso é ma outra história!).
Por volta dessa época, eu - colecionador de Hqs - fui ás bancas comprar meu Homem Aranha, e vi uma revista diferente: A Dragão Brasil n 04. Comprei e li umas 300 vezes, mesmo sem entender quase nada. E ficava cada vez mais fascinado, mesmo sem ter jogado ainda naquele momento.
Alguns meses depois, saiu a revista Defensores de Tóquio - o sistema percursor do hoje famoso 3D&T - com um preço extremamente acessível.

Foi então que nossa vida de jogador de RPG realmente começou! Ficamos uns 4 anos jogando Defensores de Tóquio, jogavamos umas 2,3 vezes por semana. Foi um período muito bacana da minha vida.

Depois o pessoal da Dragão Brasil lançou outros jogos: Arkann, Invasão, Trevas, todos com preços bem legais, e ambientações bacanas. Jogamos todos eles.





Mas a virada dos anos 2000 chegou, saimos da adolescência, completamos 18 anos, e cada um seguiu seu caminho.
Fiquei de 2001 até 2008 sem ter com quem jogar. Ainda lia muito os sistemas que encontrava, fazia cópia de muita coisa. Mas nesses anos, devo ter jogado umas 2 ou 3 vezes apenas.

Em 2008, então com 24 anos, entrei na faculdade, na UNICAMP, e uma das primeiras coisas que tentei fazer foi montar um grupo de RPG. Consegui achar uma galera, mas foi desastroso!
Sério!
Depois de 2 sessões de D&D 4 edição, onde o Mestre (não era eu) não desenrolava a história e estavamos presos dentro de uma sala de dungeon, mesmo depois de termos tentado de tudo para sair, todo mundo desanimou, e não jogamos mais.
Foi uma partida tão zoada, que por cerca de 3 anos eu perdi qualquer interesse pelo jogo.

Em 2011, voltei a me interessar, pois comecei a dar aulas em uma escola que abriu espaço para realizar atividades extra curriculares, entre elas montar grupos de RPG com os alunos.
Aí começou o periodo de ouro da minha vida de RPG, onde tive a oportunidade de jogar praticamente todos os dias, e isso ainda ser parte do meu trabalho diário!

Algumas fotos das partidas com meus alunos




Mas com os meus alunos, apenas conseguia jogar coisas mais básicas, aventuras mais "feijão com arroz".
Foi então que comecei a pesquisar na Net sobre jogar RPG sozinho. Na verdade, achava que, sem ser os livros-jogos, isso não era possível. Mas resolvi pesquisar assim mesmo.
E fiquei embasbacada ao descobrir que isso existia!!!
O primeiro site que conheci foi um chamado "Lone Crusader". Li TUDO do site em uma noite, nem durmi nesse dia de tanta alegria!
Já no dia seguinte, comecei a jogar seguindo as dicas do Lone Crusader, e foi como se o mundo se abrisse para mim!kkkkk

2 ou 3 semanas depois, esse mesmo site publicou uma matéria falando sobre o Mythic Game Master Emulator.

Lembro que baixei o pdf, comecei a ler, e não acreditei no que lia. Li o livro todo em uma tarde, no dia seguinte li de novo, e em uma semana eu tinha lido o Mythic umas 4 vezes!kkkkkkk
Era aquilo que eu procurei minha vida toda!!!

Até hoje sou muito grato à esse site e ao Mythic.

Eis aqui o link do site. Ele não publica mais conteúdo, mas o que foi publicado está lá!
http://thelonecrusader.com/

Fiquei cerce de 1 ano apenas utilizando o Mythic. Até hoje acredito que sabendo usar as tabelas dele, não se precisa de mais nada.

Mas continuei pesquisando, juntando material, e uma coisa leva a outra, e finalmente cheguei no meu canal do youtube!

Jogo solo principalmente porque gosto. Não tenho dificuldade em encontrar grupos para jogar; quando se é professor se tem centenas de alunos, e sempre tem a galerinha que curte.
Mas arrisco a dizer que é no jogo solo que REALMENTE sinto a experiência de jogar RPG em sua totalidade.
É, definitivamente, meu hobby favorito.
Quando não estou preocupado cuidando da minha familia ou pagando conta, estou pensando em RPG solo!kkkkkkk. o Tempo todo!

É isso, o resto é história!

Chamado dos Deuses do Solo RPG!

Galera, é com muito orgulho que anuncio esse espaço, o blog QUEST RPG SOLO, mais um espaço virtual para trocarmos idéias e materiais sobre o RPG SOLO!

Todo mundo está convidado a participar.
Termemos uma sessão onde colocarei todos os links para download do material que apresento nos vídeos, bem como de todo material que a galera está publicando em nosso grupo!
Além disso, o QUEST RPG SOLO trará gameplays escritos, resenhas, análise de materiais....e muito mais!
Não precisamos ficar presos exclusivamente ao solo RPG; RPGs "normais" que vocês acreditam poderem render ótimas aventuras solo serão muito bem vindos!
Board games, jogos print and play, card games...tudo tem seu espaço aqui!





COMO PARTICIPAR?


Você pode participar de várias formas. Escolha a que melhor se adeque a sua necessidade, e untese a nós. Eis algumas possibilidades (vocês podem sugerir outras, serão com certeza aceitas!):

- Participações esporádicas: Quer escrever quando der na telha, sobre algo que chamou sua atençao? Um ogo, um vídeo que achou no youtube, algum sistema que vc mesmo inventou? Escreva um artigo, do tamanho que quiser, e envie para nós. Não precisa ter regularidade , escreva sempre e apenas quando quiser!

- Coluna Fixa: Quer escrever com regularidade? Quer abordar sempre assuntos relacionados a algo específico (livros-jogos, print and play, cards...possibilidades infinitas...)? Esse aqui é o seu espaço!
Criarei uma aba com sua coluna no índice do blog, e o espaço será seu.
Nesse caso, espera-se que você consiga publicar pelo menos 1 artigo por semana, para assim manter uma certa regularidade e frequência. Claro que entenderei se surgirem imprevistos.



OK...DECIDI PARTICIPAR! OQUE EU FAÇO?


É bem simples. Escreva o seu texto/artigo, e envie para o email tarcisiolucashp@hotmail.com. Coloque em anexo fotos que vc gostaria de ver ilustrando sua matéria. Eu apenas darei uma revisão, e publicarei aqui. Todos os direitos referentes á matéria permanecerão ao escritor/redator.
Peço apenas que evitem usar palavrões e vocabulário impróprio para menores de 12 anos. Quero que o blog alcance uma galera jovem também!

amos fazer desse mais um espaço divulgador do nosso amado hobby, o RPG SOLO!



Entrevista: Artista e criadora de jogos Fernanda Bianchini

 Olá, pessoal, tudo bem com vocês? Hoje venho animadíssimo com mais uma grande entrevista. Dessa vez com a artista e criadora de jogos (e mu...