People, eu SEMPRE vou apoiar novas iniciativas e formas diferentes de encarar nosso amado hobby.
Recentemente, vi um post em nossa comunidade que me chamou muito a atenção. Fui atrás para saber mais, e eis que o resultado da busca foi essa entrevista bacanérrima com a Rafa Lucci, a mentora e idealizadora do projeto.
Vocês podem dar uma olhada aqui: PERSONA
Vamos então à entrevista. Como de costume, sem cortes e muito menos edições!
_________________________________
Olá, Rafa,
tudo bem contigo?
É muito
bacana ter você conosco aqui no blog oficial da comunidade, o Quest RPG Solo
(eu confesso que odeio o nome do blog, nunca consegui pensar num nome decente
pra ele)!
Vou dizer
aqui quais são as nossas diretrizes quando fazemos entrevistas: SEJA LIVRE!
Responda da
forma que achar melhor! Podem ser respostas monossilábicas, ou textos
gigantescos, dignos de uma tese de mestrado. Gostamos dos dois. Se alguma
pergunta não fizer sentido, sinta-se livre para ignorá-la totalmente. E se
achar que alguma coisa importante NÃO foi perguntada, sinta-se livre para
acrescentar você mesma a perguntar que quiser, e responder da forma que achar
melhor!
Muito
obrigado MESMO por ter aceito participar!
Vamos lá então:
1-Rafa, você
já há alguns anos vem cuidando da plataforma Persona...como você explicaria,
para alguém que nunca tenha ouvido falar, qual a proposta do projeto?
A proposta é integrar os criativos das três áreas (literatura, desenho e
jogos) pra se apoiarem e se motivarem. O projeto em si é uma rede social onde
o usuário controla várias pastas de criações e interage por chats que
podem ser públicos
ou não, bem parecido com o Orkut(de onde o Persona
surgiu).
2- Como surgiu
a ideia de montar esse projeto?
Com a chegada do Facebook e a substituição do Orkut, os chamados “fakes”
perderam seu lugar na plataforma nova,
que não abria
espaço pra esse
público por questões
de segurança, o que
não julgo. Mas não se enganem! Os fakes dos quais estou
falando são os Criativos, pessoas que criavam
um perfil falso
por puro entrenimento e claramente falsos, sem a intenção de enganar. Os perfis eram para jogar RPG(por chat,
escrevendo muito e formando
roteiros naturalmente), desenhar
e editar e escrever histórias
(criando personagens e mundos
incríveis originais), criando
fanfics... É uma área muito rica que foi
sempre alvo de desconfiança ou preconceito por usarem a plataforma inadequada pra tal(querendo ou não,
Orkut e Facebook
não foram feitos
pra esse tipo de interação).
Não havendo espaço
pra essa interação, nos restava buscar
em sites gringos
e outras plataformas que, até hoje, não são suficientes. O público agora
está dividido entre as
áreas: wattpad(escrita), deviantart(desenho), roll20(rpg) como exemplos.
3-Você é a
mente por trás do Persona...gostaríamos de saber um pouquinho mais sobre você!
Conte-nos um pouco: Quem é Rafa Lucci?
Lucci é uma criativa que
lê, escreve, desenha, joga, e respira
arte, e que
compartilha muito menos do próprio mundo do que gostaria de
compartilhar. Entrei no mundo criativo compartilhado por volta dos 12 anos
e me senti bem ali,
em rede, assim
como vários outros jovens
que faziam dos fakes um apoio, seja motivacional ou emocional dos próprios hobbys e pro desenvolvimento
pessoal daquela criança que compartilha suas ideias/arte na internet. Alguns, por influência da arte em rede, buscaram
se profissionalizar na área que
exploraram enquanto pré-adolescentes e as amizades formadas lá atrás(anos 2005 adiante) ainda vivem firmes!
Sou alguém que valoriza muito isso.
4- Como você
conheceu o mundo dos rpgs, e quando você decidiu começar a trabalhar mais
ativamente dentro da cena?
Eu sempre estive um pouco distante dos rpgs porque,
na época, era pouco divulgado quando não demonizado pelos pais(o caso
que repercutiu na TV sobre
o LARP que resultou no esfaqueamento de alguém, bastou
uma fatalidade em sei lá qual país pra
gerar todo esse preconceito que repercute até
hoje). Ainda entrava
a questão de
“exclusividade” masculina, onde jogos e o rpg eram tratados
como “coisa de menino”. Só na
adolescência que tive liberdade pra participar de uma mesa,
entre amigos próximos,
e então participar de outros. Mesmo
assim, prefiro o rpg escrito,
o que chamamos de “rpg descritivo” ao invés do narrado, porque
ainda sinto desconforto em atuar por fala e me
inserir no mundo
criado, mesmo quando
entre amigos.
5- Quais são
seus livros favoritos (sejam RPG ou literatura)?
Em nenhuma ordem de importância: “Dragões de Éter” de Raphael Draccon(brasileiro mas editorado em Portugual), “Os sete reinos” de Cinda Williams, “A maldição do Tigre” de Colleen Houck(apesar de eu não ser fã de romance e o 3°livro ter sido quase insuportável pra mim, mostra parte da mitologia hindu de um jeito sensacional), “O escaravelho do diabo” de Lúcia Machado e vários outros da Vaga-Lume, vários contos do Sherlock Holmes de Conan Doyle e sem dúvida The Witcher(os originais) estariam na lista, mas não consegui comprar então me contento com a série.
6- O Persona
trabalha com processo Criativo. Tenho muitos
alunos que dizem
que “não são
pessoas criativas”...o que
você diria a essas pessoas
que acreditam que não conseguiriam criar nada nesse
sentido?
Eu explicaria que criação não tem a ver com criatividade(é muito
mais sobre gostar),
até porque nada no mundo é, de fato,
original, senão a própria natureza. Criar não deve
ser pensado como objetivo muito menos como
obstáculo, o “criar”
é o próprio processo.
Aos seus
alunos, eu diria: façam o que vocês sentem que seria legal de existir, de
mostrar, de fazer por fazer.
Assim que se sentirem bem desenvolvendo algo,
um texto, um desenho, uma ideia, uma conversa, estarão
sendo criativos naturalmente e verão que todo mundo é
sim capaz de criar.
7- Quais os
planos a curto e médio prazo para o Persona? Pretende montar um Apoia-se ou
similar, publicar algo, FC...conte-me tudo!
O Persona está, no momento,
em busca de financiamento. Todo o resto
já está pronto, com exceção do site e quesitos legais
sobre segurança do usuário e direito autoral.
Pretendo ano que vem voltar a inserir o projeto em incubadoras, caso não encontre parceiros antes disso
para uma “versão
pocket”, que seria
o Persona mais
simples com menos ferramentas. Pretendo usar o Persona
como objeto de estudo pro
meu futuro doutorado, então o quanto antes
eu tiver a plataforma funcionando, melhor!
8- Falando em
RPG propriamente dito, quais seus jogos favoritos? Você prefere Mestrar, ou ser jogadora?
Acredito que eu gostaria de mestrar, embora
só tenha tido
contato como jogadora poucas vezes no rpg clássico(de mesa). Vampiro a Máscara seria meu favorito
até então!
9- Além de RPG,
quais são seus outros interesses?
Em
literatura, as fanfics e os contos originais(mesmo amadores); em arte, a
ilustração e a criação de mundos e seres; em jogos, como jogadora(geralmente
moba, base building, survival, cooperativo...) e como desenvolvedora no
digital(jogos passa-tempo) e no boardgame(cooperativos, cartas,
Print-to-play...).
10- Bom, Rafa,
aqui está um espaço para você falar o que quiser! O que quiser MESMO! Pode ser
uma divulgação do projeto, um protesto, uma provocação, uma receita, a letra
traduzida de alguma banda de indie rock que só você conhece...sério, escreva o
que sentir vontade!
Primeiro quero agradecer o interesse e a entrevista! Acho que essa
é a primeira entrevista do Persona(banca de TCC não conta haha).
E que eu fico feliz
demais em ver o
mundo do rpg cada vez mais inclusivo, mais diverso, e tudo o que toca
à parte sensível dessa cultura riquíssima de entretenimento estar
amadurecendo tanto.
O Persona ainda está “parado”
mas está mais próximo do que antes de ser colocado pra funcionar!
Deixo aqui a página pra quem quiser visitar https://www.facebook.com/Personaredecriativa
E o grupo pra quem quiser participar https://www.facebook.com/groups/291264114544147 Meu muito obrigada!
Muito
obrigado mesmo por separar um tempo nessa vida maluca que levamos para
responder minhas perguntas.
Um super
abraço!
Nenhum comentário:
Postar um comentário