sábado, 5 de setembro de 2020

Entrevista: Rafa Lucci, do projeto/Plataforma PERSONA

 People, eu SEMPRE vou apoiar novas iniciativas e formas diferentes de encarar nosso amado hobby.

Recentemente, vi um post em nossa comunidade que me chamou muito a atenção. Fui atrás para saber mais, e eis que o resultado da busca foi essa entrevista bacanérrima com a Rafa Lucci, a mentora e idealizadora do projeto.

Vocês podem dar uma olhada aqui: PERSONA




Vamos então à entrevista. Como de costume, sem cortes e muito menos edições!


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Olá, Rafa, tudo bem contigo?

 

 

É muito bacana ter você conosco aqui no blog oficial da comunidade, o Quest RPG Solo (eu confesso que odeio o nome do blog, nunca consegui pensar num nome decente pra ele)!

Vou dizer aqui quais são as nossas diretrizes quando fazemos entrevistas: SEJA LIVRE!

Responda da forma que achar melhor! Podem ser respostas monossilábicas, ou textos gigantescos, dignos de uma tese de mestrado. Gostamos dos dois. Se alguma pergunta não fizer sentido, sinta-se livre para ignorá-la totalmente. E se achar que alguma coisa importante NÃO foi perguntada, sinta-se livre para acrescentar você mesma a perguntar que quiser, e responder da forma que achar melhor!

Muito obrigado MESMO por ter aceito participar!

 

 

Vamos lá então:

 

 

1-Rafa, você já há alguns anos vem cuidando da plataforma Persona...como você explicaria, para alguém que nunca tenha ouvido falar, qual a proposta do projeto?

A proposta é integrar os criativos das três áreas (literatura, desenho e jogos) pra se apoiarem e se motivarem. O projeto em si é uma rede social onde o usuário controla várias pastas de criações e interage por chats que podem ser públicos ou não, bem parecido com o Orkut(de onde o Persona surgiu).

 

2- Como surgiu a ideia de montar esse projeto?

Com a chegada do Facebook e a substituição do Orkut, os chamados “fakes” perderam seu lugar na plataforma nova, que não abria espaço pra esse público por questões de segurança, o que não julgo. Mas não se enganem! Os fakes dos quais estou falando são os Criativos, pessoas que criavam um perfil falso por puro entrenimento e claramente falsos, sem a intenção de enganar. Os perfis eram para jogar RPG(por chat, escrevendo muito e formando roteiros naturalmente), desenhar e editar e escrever histórias (criando personagens e mundos incríveis originais), criando fanfics... É uma área muito rica que foi sempre alvo de desconfiança ou preconceito por usarem a plataforma inadequada pra tal(querendo ou não, Orkut e Facebook não foram feitos pra esse tipo de interação).

Não havendo espaço pra essa interação, nos restava buscar em sites gringos e outras plataformas que, até hoje, não são suficientes. O público agora está dividido entre as áreas: wattpad(escrita), deviantart(desenho), roll20(rpg) como exemplos.

3-Você é a mente por trás do Persona...gostaríamos de saber um pouquinho mais sobre você! Conte-nos um pouco: Quem é Rafa Lucci?


Lucci é uma criativa que lê, escreve, desenha, joga, e respira arte, e que compartilha muito menos do próprio mundo do que gostaria de compartilhar. Entrei no mundo criativo compartilhado por volta dos 12 anos e me senti bem ali, em rede, assim como vários outros jovens que faziam dos fakes um apoio, seja motivacional ou emocional dos próprios hobbys e pro desenvolvimento pessoal daquela criança que compartilha suas ideias/arte na internet. Alguns, por influência da arte em rede, buscaram se profissionalizar na área que exploraram enquanto pré-adolescentes e as amizades formadas atrás(anos 2005 adiante) ainda vivem firmes! Sou alguém que valoriza muito isso.

4- Como você conheceu o mundo dos rpgs, e quando você decidiu começar a trabalhar mais ativamente dentro da cena?

Eu sempre estive um pouco distante dos rpgs porque, na época, era pouco divulgado quando não demonizado pelos pais(o caso que repercutiu na TV sobre o LARP que resultou no esfaqueamento de alguém, bastou uma fatalidade em sei qual país pra gerar todo esse preconceito que repercute até hoje). Ainda entrava a questão de

“exclusividade” masculina, onde jogos e o rpg eram tratados como “coisa de menino”. Só na adolescência que tive liberdade pra participar de uma mesa, entre amigos próximos, e então participar de outros. Mesmo assim, prefiro o rpg escrito, o que chamamos de “rpg descritivo” ao invés do narrado, porque ainda sinto desconforto em atuar por fala e me inserir no mundo criado, mesmo quando entre amigos.

5- Quais são seus livros favoritos (sejam RPG ou literatura)?

Em nenhuma ordem de importância: “Dragões de Éter” de Raphael Draccon(brasileiro mas editorado em Portugual), “Os sete reinos” de Cinda Williams, “A maldição do Tigre” de Colleen Houck(apesar de eu não ser de romance e o 3°livro ter sido quase insuportável pra mim, mostra parte da mitologia hindu de um jeito sensacional), “O escaravelho do diabo” de Lúcia Machado e vários outros da Vaga-Lume, vários contos do Sherlock Holmes de Conan Doyle e sem dúvida The Witcher(os originais) estariam na lista, mas não consegui comprar então me contento com a série.

6- O Persona trabalha com processo Criativo. Tenho muitos alunos que dizem que “não são

pessoas criativas”...o que você diria a essas pessoas que acreditam que não conseguiriam criar nada nesse sentido?

Eu explicaria que criação não tem a ver com criatividade(é muito mais sobre gostar), até porque nada no mundo é, de fato, original, senão a própria natureza. Criar não deve ser pensado como objetivo muito menos como obstáculo, o “criar” é o próprio processo.

Aos seus alunos, eu diria: façam o que vocês sentem que seria legal de existir, de mostrar, de fazer por fazer. Assim que se sentirem bem desenvolvendo algo, um texto, um desenho, uma ideia, uma conversa, estarão sendo criativos naturalmente e verão que todo mundo é sim capaz de criar.

7- Quais os planos a curto e médio prazo para o Persona? Pretende montar um Apoia-se ou similar, publicar algo, FC...conte-me tudo!


O Persona está, no momento, em busca de financiamento. Todo o resto está pronto, com exceção do site e quesitos legais sobre segurança do usuário e direito autoral.

Pretendo ano que vem voltar a inserir o projeto em incubadoras, caso não encontre parceiros antes disso para uma “versão pocket”, que seria o Persona mais simples com menos ferramentas. Pretendo usar o Persona como objeto de estudo pro meu futuro doutorado, então o quanto antes eu tiver a plataforma funcionando, melhor!

8- Falando em RPG propriamente dito, quais seus jogos favoritos? Você prefere Mestrar, ou ser jogadora?

Acredito que eu gostaria de mestrar, embora tenha tido contato como jogadora poucas vezes no rpg clássico(de mesa). Vampiro a Máscara seria meu favorito até então!

9- Além de RPG, quais são seus outros interesses?

Em literatura, as fanfics e os contos originais(mesmo amadores); em arte, a ilustração e a criação de mundos e seres; em jogos, como jogadora(geralmente moba, base building, survival, cooperativo...) e como desenvolvedora no digital(jogos passa-tempo) e no boardgame(cooperativos, cartas, Print-to-play...).

10-  Bom, Rafa, aqui está um espaço para você falar o que quiser! O que quiser MESMO! Pode ser uma divulgação do projeto, um protesto, uma provocação, uma receita, a letra traduzida de alguma banda de indie rock que só você conhece...sério, escreva o que sentir vontade!

Primeiro quero agradecer o interesse e a entrevista! Acho que essa é a primeira entrevista do Persona(banca de TCC não conta haha). E que eu fico feliz demais em ver o mundo do rpg cada vez mais inclusivo, mais diverso, e tudo o que toca à parte sensível dessa cultura riquíssima de entretenimento estar amadurecendo tanto.

O Persona ainda está “parado” mas está mais próximo do que antes de ser colocado pra funcionar! Deixo aqui a página pra quem quiser visitar https://www.facebook.com/Personaredecriativa

E o grupo pra quem quiser participar https://www.facebook.com/groups/291264114544147 Meu muito obrigada!

Muito obrigado mesmo por separar um tempo nessa vida maluca que levamos para responder minhas perguntas.

Um super abraço!

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